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Os Trabalhadores do Mar é a tradução em português de Les Travailleurs de la mer, um romance de Victor Hugo, escritor francês, publicado em 1866. O livro é dedicado à Ilha de Guernsey, onde Hugo viveu 15 anos em exílio auto-infligido. A dedicatória diz:
Dedico este livro ao rochedo de hospitalidade e de liberdade, a este canto da velha terra normanda onde vive o nobre e pequeno povo do mar, à ilha de Guernesey (ou Guernsey), severa e branda, meu atual asilo, meu provável túmulo.
À guisa de apresentação, o editor escreve na primeira página:
A religião, a sociedade, a natureza: tais são as três lutas do homem. Estas três lutas são ao mesmo tempo as suas três necessidades; precisa crer, daí o templo; precisa criar, daí a cidade; precisa viver, daí a charrua e o navio. Mas há três guerras nessas três soluções. Sai de todas a misteriosa dificuldade da vida. O homem tem de lutar com o obstáculo sob a forma superstição, sob a forma preconceito e sob a forma elemento. Tríplice 'ananke' pesa sobre nós, o 'ananke' dos dogmas, o 'ananke' das leis, o 'ananke' das coisas. Na Notre-Dame de Paris, o autor denunciou o primeiro; em 'Os Miseráveis', mostrou o segundo; neste livro indica o terceiro. A essas três fatalidades que envolvem o homem, junta-se a fatalidade interior, o 'ananke' supremo, o coração humano. (Obs.: 'ananke': palavra grega para fatalidade.)